Pular para o conteúdo principal

Aldir Blanc

Carioca do Estácio, Aldir Blanc começou a compor na adolescência, época em que também aprendeu a tocar bateria. Foi como baterista que tocou no Teatro Azul e participou do grupo Rio Bossa Trio, que mais tarde virou GB-4.
Nos anos 60 estudou medicina na universidade, especializando-se em psiquiatria.

Aldir Blanc nasceu no Rio de Janeiro, no dia 02 de setembro de 1946. Aldir é um compositor e escritor brasileiro.

Notabilizou-se como letrista a partir de suas parcerias com João Bosco, criando músicas como "Bala com Bala" (sucesso na voz de Elis Regina), "O Mestre-Sala dos Mares", "De Frente Pro "e "Caça à Raposa".

Uma de suas canções mais conhecidas, em parceria com João Bosco, é "O Bêbado e a Equilibrista", que se tornou um hino contra a ditadura militar, também tendo sido gravada por Elis Regina. Em um de seus versos, "sonha com a volta do irmão do Henfil", faz-se referência ao sociólogo Hebert de Souza, o Betinho, que na época estava em exílio político no exterior.

Em 1968, compôs com Sílvio da Silva Júnior "A noite, a maré e o amor", música classificada no "III Festival Internacional da Canção" (TV Globo).

No ano seguinte, classificou mais três músicas no "II Festival Universitário da Música Popular Brasileira":
"De esquina em esquina" (c/ César Costa Filho), interpretada por Clara Nunes; "Nada sei de eterno" (c/ Sílvio da Silva Júnior), defendida por Taiguara; e "Mirante" (c/ César Costa Filho), interpretada por Maria Creuza.

Em 1970, no "V Festival Internacional da Canção" classificou-se com a composição "Diva" (com César Costa Filho). Neste mesmo ano, despontou seu primeiro grande sucesso, "Amigo é pra essas coisas" em parceria com Sílvio da Silva Júnior, interpretado pelo grupo MPB-4, com o qual participou do "III Festival Universitário de Música Popular Brasileira".

Sua canção "Nação" (c/ João Bosco e Paulo Emílio), gravada em 1982 no disco de mesmo nome. foi grande sucesso na voz de Clara Nunes.

Em 1996 foi gravado o disco comemorativo Aldir Blanc -50 Anos, com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em O Bêbado e a Equilibrista no disco comemorativo. Esse disco apresenta diversas outras participações especiais, como Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi. O álbum demonstra, também, a variedade de parceiros nas composições de Aldir, ao unir suas letras às melodias de Guinga, Moacyr Luz, Cristóvão Bastos, Ivan Lins e outros.

Outro parceiro notável é o compositor Guinga, com quem fez, dentre muitas outras, "Catavento e Girassol", "Nítido e Obscuro" e "Baião de Lacan".

Também em 1996, Leila Pinheiro lançou o disco Catavento e Girassol, exclusivamente com canções da parceria de Aldir Blanc com Guinga. No disco há uma homenagem a Hermeto Pascoal, com a música "Chá de Panela", que diz que "foi Hermeto Pascoal que, magistral, me deu o dom de entender que, do riso ao avião, em tudo há som".

Em 2000, participou como convidado especial do disco do compositor Casquinha da Portela, interpretando a faixa "Tantos recados" (Casquinha e Candeia).

Publicou, em 2006 o livro "Rua dos Artistas e transversais" (Editora Agir), que reúne seus livros de crônicas "Rua dos Artistas e arredores" (1978) e "Porta de tinturaria" (1981), e ainda traz outras 14 crônicas escritas para a revista "Bundas" e para o "Jornal do Brasil".

A mistura mineiro/carioca de João Bosco e Aldir Blanc foi, com certeza, uma das mais bem sucedidas parcerias da MPB. Lançados por Elis Regina, na década de 70, o engenheiro João e o Psiquiatra Aldir formaram uma dupla imbatível de repórteres de uma época.

João tentou Vinícius, mas a parceria não decolou. Aldir compôs com Ivan Lins e Gonzaguinha - mas a cadência não batia. Apresentados por um amigo comum, encontraram, finalmente a combinação perfeita. Nessa época, João Bosco estava passando férias no Rio. Como ainda estavam estudando, a parceria foi montada por correspondência - Aldir mandava as letras para Ouro Preto (onde João fazia sua faculdade de engenharia) e, nas férias, juntavam-se para cantar, jogar sinuca e compor.

Até que um dia Aldir mandou a letra de Agnus Sei. E a parceria se consolidou, com uma gravação, prêmio de um pasquim carioca. O Brasil ouviu, e Elis gravou em 72.

A genialidade da dupla está na perfeição de versos e melodias, na história do homem comum que tem sua glória de 15 minutos estampada no jornal, ou no bar da esquina.

Ficaram anos sem compor juntos. João Bosco vinha fazendo parcerias constantes com Abel Silva e Aldir voltou com a renovação da música de Guinga, e em novas parceiras com Moacyr Luz.

Em 2006 Aldir nos presenteia com um disco todinho cantado, gravado entre setembro e outubro de 2005.

“Vida Noturna” (Lua Music), este é o nome do disco que já nasce com o mérito inestimável de re – unir, depois de mais de 20 anos, uma das parcerias mais bem sucedidas da música brasileira: Aldir Blanc e João Bosco.

João e Aldir cantam juntos a música que dá nome ao disco e, também, “Me dá a penúltima”, ambas compostas por eles, a primeira gravada em 1976, em “Galos de Briga”, e a segunda em 1977, em “Tiro de Misericórdia”, discos de João.

No disco – um projeto do compositor e cantor Moacyr Luz – Aldir é acompanhado pelo piano de Cristóvão Bastos e pelo violão de João Lyra.

Este último cede seu lugar a João Bosco nas faixas já citadas, a Hélio Delmiro em “Constelação maior”, na qual o violonista e guitarrista é parceiro de Aldir, e a Guinga, em “Cordas”, uma já conhecida composição dos dois gravada por Leila Pinheiro em 1996.

Esta é a tônica do disco. Um acompanhamento enxuto, sensível, fazendo a cama perfeita para o cantar, às vezes doce, às vezes amargo, às vezes sincopado e sempre preciso do poeta cantor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sueli Costa

Sueli Correa Costa (Rio de Janeiro, 25 de julho de 1943) é uma cantora e compositora brasileira. Nascida numa família de músicos, na qual a mãe tocava piano e ministrava aulas de canto coral. Foi nesse ambiente que aprendeu sozinha a tocar violão na adolescência, ao lado dos irmãos (Élcio, Lisieux, Telma e Afrânio) que também musicavam. No melhor estilo bossa-nova escreveu aos 18 anos a primeira composição, Balãozinho. Nos anos 1960 iniciou atividades como compositora, enquanto conciliava os estudos na Faculdade de Direito em Juiz de Fora, aonde foi criada, até 1969 quando seguiu para o Rio de Janeiro. Neste período em Juiz de Fora, Sueli Costa compôs e cantou todas as canções da peça "Cancioneiro de Lampião", encenada pelo Grupo Divulgação em 1967. Ela também trabalhou na trilha da peça "Bodas de Sangue", no mesmo ano. Anos de ininterrupta atividade como compositora, músicas gravadas por grandes intérpretes como Nara Leão, participou da trilha sonora de peças...

Ana Terra

Compositora profissional desde 1975, tem cerca de 200 gravações de obras musicais com letras de sua autoria, como Elis Regina - “Essa Mulher”, “Pé sem Cabeça”, “Sai Dessa”. Milton Nascimento e Nana Caymmi - “Meu Menino”. Maria Bethânia -“Da Cor Brasileira. Emílio Santiago - “Ensaios de amor” e “É só uma canção”. Barão Vermelho e Ângela Rô Rô - “Amor meu grande amor”. Elton Medeiros - “Virando Pó”, “Direito à vida”, “Mãe e Filha”. Sueli Costa e Lucinha Lins - “Insana”, “Minha Arte”. Dori Caymmi, Leila Pinheiro e Renata Arruda - “Essa Mulher”. Lisa Ono - “Os dois”, “Eu sou carioca”, “Diz a Ela”, “Essência”. Mart’nália - “Sai Dessa”. Publicou os livros Letras e Canções (poesia) e Estrela (prosa). Recebeu prêmio do Ministério da Cultura pelo roteiro original do longa-metragem Os Campos de São Jorge. Produz e dirige audiovisuais e tem peças de teatro inéditas. Ao lado da criação artística, atua como ativista política participando do movimento independente das artes, da implantação do can...

Dolores Duran

Dolores Duran, nome artístico de Adiléia Silva da Rocha, (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1930 — Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1959) foi uma cantora e compositora brasileira. Adiléia Silva da Rocha era filha de um sargento da Marinha. Começou a cantar muito cedo e recebeu seu primeiro prêmio aos dez anos de idade, no programa "Calouros em Desfile", de Ary Barroso. Suas apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística. Quando Adiléia tinha 12 anos seu pai faleceu e, a partir de então, teve que sustentar a família, cantando em programas de calouros e trabalhando no rádio como atriz. A partir dos 16 anos adotou o nome artístico Dolores Duran. Autodidata, cantou músicas em inglês, francês, italiano e espanhol, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi na voz dela que ouviu a melhor interpretação que já havia ouvido de My Funny Valentine, um clássico da música norte-americana. No final da década de 1940, Dolores estreou na Rádio Nacional, ...